Anna Lembke
A psiquiatra de Stanford que denunciou a Nação Dopamina.
Psiquiatra, professora na School of Medicine e chefe da Addiction Medicine Dual Diagnosis Clinic da Universidade Stanford, dedicou sua carreira ao estudo e ao tratamento de pacientes dependentes químicos, tornando-se referência diante da epidemia de opioides que tomou conta dos EUA.
Em Nação dopamina (2022) explora descobertas científicas que explicam por que a busca incansável do prazer gera mais sofrimento do que felicidade. Seu segundo livro, Nação tarja preta (2023), revela o que está por trás da dependência em diversos medicamentos receitados todos os dias para jovens, adultos e crianças.
Autora de mais de uma centena de estudos nessa área, a especialista se debruça agora no estudo das chamadas “drogas digitais”, com as redes sociais à frente. “Elas ativam os mesmos circuitos que as drogas mais tradicionais, como o álcool. Isso significa que liberam dopamina — nosso neurotransmissor de prazer — no sistema de recompensa do cérebro”, explica a pesquisadora.
A solução para esse vício contemporâneo, segundo a professora, seria um “jejum” de dopamina, afastando os dispositivos que aceleram sua liberação. Ela defende a suspensão do uso de smartphones por semanas até que as pessoas possam corrigir o seu modo de usar esses equipamentos.
Outra discussão que preocupa a especialista são as teses de legalização do uso de maconha e dos psicodélicos. “Não se pode fazer a descriminalização sem ferramentas para socorrer os que serão prejudicados pelo aumento do acesso”, adverte.