Michel Houellebecq

Michel Houellebecq

Escritor

Houellebecq é o escritor francês vivo mais lido no mundo, com livros traduzidos em vários idiomas, e produz uma ficção controversa e provocadora. Seus romances lhe valeram reputação internacional, e são considerados um sinal de renovação da literatura francesa. Em 1991, publicou um ensaio sobre o escritor norte-americano H. P. Lovecraft. Mas sua estreia na literatura ocorreu apenas em 1994, com a publicação de Extensão do domínio da luta. É referido pelo Le Monde como o escritor que reflete sobre “a enorme mutação em curso que todos nós vivemos e não sabemos como analisar".

Em 1998, ganhou fama mundial ao lançar Partículas elementares. Chamado de pornográfico por muitos críticos, a obra, que fala da questão da humanidade em uma narrativa singular e genial, se transformou num clássico do niilismo. O romance recebeu o Prêmio Décembre de melhor livro do ano. Publicou Plataforma em 2001, e, quatro anos depois, A possibilidade de uma ilha, que ganhou o Prêmio Interallié. Com O mapa e o território recebeu o Prêmio Goncourt em 2010, e o autor acabou envolvido em uma polêmica após utilizar descrições publicadas originalmente em sites, panfletos e reportagens, gerando uma discussão sobre os limites entre citação e plágio.

Em 7 de janeiro de 2015, quando ocorreu o atentado contra os jornalistas da publicação Charlie Hebdo, o escritor era a capa da edição do dia. Assustado e apreensivo, Houellebecq interrompeu na época a divulgação do seu mais recente romance, Submissão, e se confinou no interior da França. Inicialmente apontado como islamofóbico e inverossímil, o livro é o mais incendiário dos seus trabalhos, mesmo não sendo considerado o melhor, pois toca na sensível questão da integração dos jovens muçulmanos à sociedade francesa.

Michel Houellebecq utiliza as longas digressões características da ficção francesa para discorrer sobre religião, história, literatura e costumes. Para ele, a liberdade de expressão não tem a vocação de manter a coesão social ou a unidade nacional. Em 2007, fez a conferência de encerramento da primeira temporada do Fronteiras, intitulada A literatura e a invenção do mundo.

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